O Romano
Pontífice, na sequência infeliz das batalhas curiais internas, valeu-se mais
uma vez da sua autoridade apostólica através da publicação do Motu Proprio Magnum Principium[1] para
apresentar a importância do trabalho dos Padres Conciliares, dos quais emanaram
os documentos do Sacrossanto Concílio Vaticano II. Neste sentido, Sua Santidade
reforça a competência das Conferências Episcopais e promove o diálogo entre estas
e a Santa Sé, no que concerne à edição dos livros litúrgicos nas línguas
vernáculas.
O presente
documento, que entra oficialmente em vigor no dia 1 de Outubro de 2017, virá trazer
algumas mudanças ao texto do can. 838, visando assim responder a alguns
problemas que têm surgido ao longo do tempo na tradução dos textos litúrgicos. Deste
modo, e tendo em conta a experiência adquirida ao longo deste período pós-conciliar,
o Santo Padre entendeu que alguns princípios transmitidos desde o tempo do
Concílio fossem reafirmados com maior clareza e prática.
O objectivo
é definir melhor o papel da Santa Sé e das Conferências Episcopais, que são
chamadas a trabalhar em diálogo uns com os outros, respeitando as suas próprias
competências, que são diferentes e complementares, tanto para a tradução de
livros latinos (edição típica) quanto para possíveis adaptações de textos e
ritos.
Documento
integral:
ents/papa- francesco-motu-
proprio_20170903_magnum-principium.html
[1] A escolha da data 3 de Setembro de
2017 não me parece ter sido ao acaso. Ora vejamos. Celebra-se neste dia a
memória litúrgica de S. Gregório Magno, que foi um dos mais emblemáticos reformadores
da Igreja. Em circunstâncias igualmente difíceis governou a barca de Pedro. Foi
autor de inúmeras obras, sendo a mais conhecida e divulgada regula pastoralis, segundo a qual aborda
de uma forma bastante crítica a vida pastoral. O Papa Francisco parece querer assinalar de alguma forma as dificuldades que a Igreja tem vivido no pós-concílio e o melhor caminho a seguir para a sua resolução. Cf. http://www.snpcultura.org/gregorio_magno.html.
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